quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Barravento


Depois de intrigantes e instigantes filmes de Glauber Rocha durante as últimas semanas, chega ao fim, nesta quinta-feira, a mostra que leva seu nome.
Passando por produções como o “Programa Abertura”, “Di Cavalcanti Di Glauber” e “Jorjamado no cinema”, o fechamento da mostra será com o  longa “Barravento”, lançado em 1962. O filme conta a história de uma aldeia de pescadores do xeréu, cujos antepassados vieram da África como escravos e permaneceram com antigos cultos místicos ligados ao candomblé com implicações até em desenlaces românticos que ocorrem na aldeia.
"Alguns elementos do filme fazem parte de minhas preocupações: o fatalismo mítico, a agitação política e as relações entre a poesia e o lirismo, uma relação complexa num mundo bárbaro. Um ensaio cinematográfico, uma experiência de iniciante."  Glauber Rocha

“Barravento” é um dos filmes de grande repercussão de Glauber Rocha, tendo sido exibido no Festival de Veneza de 2003. 
"Qual o mistério desse filme em preto-e-branco, de mais de 40 anos, cujo diretor morreu há mais de 20, que consegue, no meio de um festival monstruoso como o de Veneza, atrair mais de mil pessoas à maior sala do festival? O segredo se desvela nos créditos de apresentação quando aparece o nome de Glauber Rocha e é aplaudido em cena aberta. A mística continua intacta e Glauber, no exterior, ainda é sinônimo de cinema de vanguarda. Seu primeiro longa, Barravento, de 1961, em cópia apenas passável, foi exibido para um platéia muito interessada, que aplaudiu no final. O filme encerrou a Semana da Crítica de Veneza e mereceu comentário do crítico Anton Giulio Mancino, no boletim Film Daily: "Ver Barravento, hoje, não significa olhar para o passado, mas para o futuro... É já exemplo maduro de um estilo que transcende os limites entre documentário e ficção, narração e análise etnográfica, fabulação e manifesto político." LUIZ ZANIN ORICCHIO 
Enviado especial do Jornal “O Estado de S.Paulo” ao Festival de Veneza

A mostra Glauber Rocha que ocupou parte das exibições de outubro e novembro do Cineclube Sem Paredes, terminará nesta quinta-feira, às 19 horas no anfiteatro João Carriço, no atual prédio da Funalfa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário