segunda-feira, 25 de outubro de 2010

O sétimo selo - Ingmar Bergman







O Sétimo Selo, obra-prima da primeira fase do cineasta Ingmar Bergman, é a atração dessa quarta-feira no Cineclube Bordel sem Paredes,  alegoria tragicômica em forma de mistério medieval, com um desenvolvimento livre do imaginário da Idade Média, O sétimo selo (Det sjunde inseglet) tem sua fábula estruturada na volta de Antonius Blok (Max Von Sydow) à Suécia após dez anos de luta na cruzada e o jogo que estabelece com a Morte num tabuleiro de xadrez. Antonius e seu lacaio Jons (Gunnar Blornstrand) se dirigem, por uma longa jornada, ao castelo onde moram, e, no caminho, contemplam uma terra arrasada pela peste.

Este itinerário de Blok, do erro inicial à Verdade final, é conduzido com extrema maestria por Ingmar Bergman, que se utiliza, aqui, do cinema, como um veículo "filosofante" e reflexivo acerca da condição humana. No percurso, Blok e Jons encontram vários personagens mas apenas um casal de artistas mambembes se constitui num remanso de paz e tranquilidade, longe da mesquinharia e da hipocrisia dos outros. Blok, entretanto, continua o jogo de xadrez com a Morte (impressionante caracterização de Bengt Ekerot), mas esta, de repente, ganha partida. Vencedora, precisa levar consigo todos os personagens, deixando na vida somente o casal de cômicos (Bibi Andersson e Nils Poppe), o único capaz de desfrutá-la de maneira pacífica e feliz.





















O Sétimo Selo, antes da consagração definitiva que se daria, um ano depois, em Morangos silvestres, já coloca Bergman, no panorama internacional, como um dos grandes cineastas do século XX. Trata-se de um filme, a rigor, gnoseológico em que se estuda a origem e a possibilidade do conhecimento por parte do homem. Por autor, os filmes de Bergman se constituem, na verdade, em variações sobre um mesmo tema. Em todos eles, presentes: a incomunicabilidade dos seres, a angústia do estar-no-mundo, a inevitabilidade e o mistério da morte, os tormentos da relação amorosa...



QUARTA - 27/10/10 - 19h VIDEOTECA JOÃO CARRIÇO

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Psicose na Tela Grande



























Nesta última quarta-feira exibimos o filme Psicose, clássico absoluto do cinema de suspense que fez muita gente pular da cadeira em algumas cenas. O mais bacana de poder ver um filme desses na tela grande, é pensar em como a plasticidade da tela faz o filme ficar ainda mais espetacular.

O caso específico de Psicose, muitas pessoas presentes na sessão já tinham assistido o filme na TV ou em DVD, mas na tela grande o filme assustou de verdade, a tela do cinema tornou o filme algo mágico, assustador e envolvente. Um público seleto pode se divertir com a história de Alfred Hitchcock que com esse filme ditou todas as regras que o cinema de suspense e horror usaria até os dias de hoje.




segunda-feira, 18 de outubro de 2010


O clássico absoluto do cinema de horror “Psicose” (Psycho), filmado pelo mestre Alfred Hitchcock em 1960 é o filme da semana do Cineclube Bordel sem Paredes. Esta obra prima do cinema de suspense é reconhecido mundialmente por sua já mítica cena do assassinato no banheiro executado pelo alienado Norman Bates. Apesar de ter estreado com algumas críticas desfavoráveis em 16 de junho de 1960 em uma sala nova-iorquina, o filme acabou convencendo a indústria e o público, que meio século depois continua fã desta obra emblemática. O filme, protagonizado por Janet Leigh e Anthony Perkins leva o espectador a um estranho hotel administrado por Norman Bates, um homem que aparentemente vive submisso a mãe, onde chega uma mulher que foge para a Califórnia para começar uma nova vida com seu namorado, após ter roubado US$ 40 mil de sua empresa.
Uma parada no caminho que será a última para a personagem interpretada por Leigh, que morrerá esfaqueada enquanto toma banho, em uma sequência tão reconhecida por suas imagens quanto pela sua trilha sonora. Foram mais de 70 posições de câmera que Hitchcock usou para 40 segundos de filme, apenas, na cena do assassinato de Marion Crane na ducha. Os violinos serviram para o compositor Bernard Herrmann para gerar a tensa melodia que vai "crescendo", enquanto ocorre o ataque que em 2009 foi votado como a mais aterrorizante da história do cinema em uma pesquisa realizada pela entidade de direitos autorais de propriedade intelectual britânica PRS for Music. O corpo nu da atriz na famosa cena era de Marli Renfro, uma mulher que chegou a ser capa da "Playboy" antes de desaparecer e correr a notícia equivocada de que havia sido assassinada.



O papel de Renfro em "Psicose" foi mantido em sigilo pelo interesse da produção em 1960, tanto pelo diretor quanto pela estrela do filme, Leigh, quem por pudor se negou a tirar a roupa diante das câmeras.
Essa não foi a única artimanha do "mestre do suspense" para o lançamento do filme, que se baseou no romance homônimo publicado em 1959 por Robert Bloch, inspirado na figura de Eddie Gein, um assassino em série de Wisconsin que nos anos 50 colecionava restos humanos em sua fazenda.
Uma vez que decidiu fazer "Psicose", Hitchcock iniciou uma campanha para impedir que o público conhecesse antecipadamente o fim da trama, por isso comprou todas as cópias da primeira edição do livro, cujos direitos tinha adquirido por US$ 9 mil.
"Psicose" foi gravado em um entorno fechado e obrigou a todos os trabalhadores a assinar um contrato que os obrigava a não mencionar o fim para ninguém.
Com a ideia de manter a tensão durante as projeções, Hitchcock aparecia nos cartazes do filme alertando os espectadores que não aceitaria ninguém na sala após o início da sessão.
"Psicose" é possivelmente o título mais conhecido da filmografia deste cineasta, que também fez produções como "Os 39 passos" (1935), "Interlúdio" (1946), "Janela indiscreta" (1954), "O homem que sabia demais" (1956) e "Intriga internacional" (1959).



“Tratarei o público com choques benéficos. A civilização transformou-se em algo tão protetor que já não somos capazes de nos arrepiar de forma instintiva. A única forma, maneira, o único jeito de sair desse amortecimento - apatia - e restaurar o nosso equilíbrio moral é lançando mão de meios artificiais para trazer de volta o choque. E a melhor forma de se conseguir isso, me parece, é através do cinema.”

A. Hitchcock

QUARTA - 20/10 - 19HORAS NA VIDEOTECA JOÃO CARRIÇO





quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Sessão Extra "MATADOR"

Ae galera, a mostra "A Essência de Almodóvar" já chegou ao fim, mas por causa de uma brecha na nossa programação exibiremos hoje um filme do Almodóvar que ficou de fora da programação. Esse filme é "Matador" que na minha opinião é o melhor Almodóvar depois de "Tudo sobre minha mãe"
Imperdível

19h no Anfiteatro João Carriço, na Funalfa






Clique aqui para ler um texto que saiu na Revista Contracampo sobre este filme.