quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Saló - 120 Dias de Sodoma























Do site Boca do Inferno 



POR MATHEUS FERRAZ
Introdução

“Não há nada tão glorificante como o mal.”
O Magistrado

Quando se fala em filmes capazes de perturbar o espectador, não apenas durante a projeção, mas depois que as luzes se apagam, ficando grudada em sua mente, poucas obras possuem o status de “Salò, ou Os 120 dias de Sodoma” (Itália, 1975), canto do cisne de Pier Paolo Pasolini, e que constitui uma das obras mais brutais, viscerais e desconcertantes já mostradas em película. Não se trata apenas de fazer o espectador se contorcer na poltrona e tampar os olhos nos momentos mais fortes. A obra é um conjunto de idéias, imagens e símbolos capaz de mostrar o lado mais distorcido da humanidade e abalar a fé que qualquer um possa ter no ser humano.

“Salò” é baseado no livro “Os 120 dias de Sodoma, ou a Escola da Libertinagem”, do Marquês de Sade, considerado a obra máxima deste autor que se tornou sinônimo de devassidão e violência sexual aberrante. Pasolini adaptou a trama, originalmente situada na França pós-revolução, para a Itália fascista, onde ele próprio viveu. Assim, ao invés de apenas narrar os horrores causados pelos quatro libertinos conhecidos como “os amigos”, Pasolini deu um passo além, encaixando a narrativa num dos momentos mais críticos da história humana, a Segunda Guerra Mundial.

Acompanhe agora este artigo sobre a obra de Pasolini e Sade, e entenda mais a fundo sobre esta verdadeira descida ao Inferno.

Parte um: Sade na Bastilha


“Se fosse justo, não nos deixaria de pau duro.”
O Duque

Donatien Alphonse François de Sade, O Marquês de Sade (1740-1814), o mais conhecido e célebre autor libertino da literatura, foi preso várias vezes durante sua conturbada vida, por crimes de tortura, homossexualismo, sodomia e diversos outros. Foi numa destas prisões, num episódio tão interessante quanto suas obras, que ele veio a conceber “Os 120 dias…”.

Preso numa cela da Bastilha, a prisão mais temida da França, tendo em mãos um enorme rolo de papel e um lápis, que ele se pôs a escrever num período de 37 dias as mais de trezentas páginas de “Os 120 dias…”. Tendo a luz do sol a sua disposição apenas uma hora por dia, é um fato espantoso que tenha conseguido compor todo este colosso em tão pouco tempo e em tais condições.

O livro estava incompleto quando a Bastilha foi tomada na revolução, e Sade se viu obrigado a abandonar seu adorado manuscrito, escondido nas frinchas de sua cela. Até o dia de sua morte, ele acreditou ter perdido para sempre aquele rolo, o que, segundo suas próprias palavras o fez “verter lágrimas de sangue”.

Entretanto, após sua morte o manuscrito foi encontrado, mas devido a seu conteúdo explosivo, não foi publicado até 1904, numa tiragem limitada. Apenas 50 anos depois, o livro foi disponibilizado para o grande público.

Parte 2: “A narrativa mais impura que o mundo já viu”


“Tudo é bom em excesso!”
O Bispo

120 dias, 600 paixões. Os quatro libertinos conhecido como “os amigos” resolvem combinar suas imensas fortunas para bancar a maior orgia já concebida pela mente humana. Para isso gastam quantias enormes para levar até o chateau Silling, castelo isolado de propriedade de um deles, um grupo de 8 garotos, 8 garotas, 4 narradoras, 4 putas velhas, 8 garanhões, 4 criadas, 6 cozinheiras e suas 4 filhas, casadas entre eles.

Nestes 120 dias, os quatro devassos iram cometer todo tipo de barbaridade contra estas crianças, enquanto ouvem as histórias das narradoras, prostitutas experientes que contarão todas as perversões que já testemunharam na vida.

Os libertinos são:

O Duque de Blangis: “(…) falso, implacável, imperioso, bárbaro, egoísta, tão pródigo para seus prazeres quanto avarento para o que havia de ser útil, mentiroso, guloso, beberrão, covarde, sodomita, incestuoso, assassino, incendiário, ladrão, sem que virtude alguma lhe compensasse os vícios.” Matou a mãe, a irmã e a esposa.

O Presidente Curval: “Igualmente sórdido em toda a sua pessoa, o Presidente, que a isso acrescia gostos no mínimo tão porcos quanto sua pessoa, tornava-se um personagem cuja presença tão fedorenta podia não agradar a todos(…)”

O Bispo: “A negrura de sua alma era a mesma de seu irmão, o Duque, assim como o pendor para o crime, o desprezo pela religião, o ateísmo, a velhacaria (…)”

O Magistrado Durcet: “(…)implicante, falso, traiçoeiro e pérfido”

A orgia termina em carnificina, em meio a jantares de excrementos, estupros, mutilações e desmembramentos. O espírito dos libertinos, associado à natureza das narrações, termina por massacrar a todas as suas vítimas das formas mais impiedosas ao fim dos 120 dias.

Parte 3: O filme


“Não há perdão sem derramamento de sangue. Sem derramamento
de sangue não há perdão.”
O Magistrado

O filme segue fielmente o livro, apenas eliminadno o papel das prostitutas velhas e transofrmando uma das narradoras em pianista. A primeira cena apresenta os quatro libertinos organizando a orgia. Numa cena icônica, eles assinam o documento e oficializam tudo. Depois de realizar o casamento de uns com a filha dos outros, eles selecionam o grupo de vítimas que serão levadas para a orgia.

Os libertinos começam a se revelar enquanto selecionam as vítimas. Uma garota, jogada completamente nua à sua frente, declara que sua mãe foi assassinada pelos soldados. Eles riem. Procuram garotos e garotas pelo beleza, que deve ser perfeita. Feita a seleção, eles são levados ao castelo, onde terá início a devassidão.


NOTA: Pasolini filmou as cenas iniciais de seu filme na verdadeira cidade de Salò. O castelo de Silling foi substituído por um imponente  na cidade de Marzabotto (mais abaixo), que existe ainda hoje, e é um hotel luxuoso.

Na entrada do castelo, são recepcionados pelo Duque, com um discurso ameaçador: “Sua criaturas fracas! Ralé, destinada ao nosso prazer. Não esperem aqui a liberdade garantida lá fora. Vocês aqui estão além de qualquer lei. Ninguém sabe que estão aqui. Pelo que importa ao mundo, já estão mortos.”

Inicia-se o primeiro ciclo do filme, chamado de Ciclo das Manias. Nele, se concentram as histórias da Senhora Vaccari, uma das narradoras, que contará as histórias relacionadas as estranhas manias que testemunhou em sua carreira de prostituta. Todos ouvem no salão, e qualquer um dos “amigos” pode retirar qualquer vítima, para se satisfazer nas alcovas.

No segundo ciclo, o Ciclo da Merda, a Senhora Maggi conta histórias relativas a sexo envolvendo fezes. Isso estimula os libertinos a realizar o sonho do Presidente, e realizar um banquete de excrementos, onde toda a merda coletada das vítimas é preparada e servida no jantar.

No terceiro e último ciclo, o Ciclo do Sangue,  a Senhora Castelli conta as histórias envolvendo morte e mutilação durante o sexo. É o último ciclo, ao final do qual as crianças que não tiverem se formado na “Escola da Libertinagem” serão torturadas e mortas, na cena que fecha o filme.

Há estupro, tortura, crueldade, abuso, depravação, assassinato, orgias, sodomia. Há muito sexo, mas todo ele é vazio, e mesmo os libertinos parecem não tirar prazer algum de tudo isso. Os corpos não valem nada, e mesmo as vítimas assistem a tudo como se nada estivesse acontecendo, sem reagir.

O fechamento do filme, visto do ponto de vista dos libertinos, mostra as vítimas sendo torturadas até a morte, o que inclui amputação, mutilação, escalpelamento e mais estupro. A cena final, assustadoramente irônica, fecha com chave de ouro esta obra prima.


Parte 4: Um pouco de história


“Nós, fascistas, somos os únicos verdadeiros anarquistas.”
O Duque

Segunda Guerra Mundial. Em julho de 1943, as tropas aliadas chegaram à Sicília, na Itália fascista. Cansados da subjugação do governo, o povo não colaborou no esforço de guerra, o que acabou com a deposição de Mussolini, substituído por Pietro Badolgio, que anunciou a rendição da Itália em 8 de setembro do mesmo mês. Hitler ordenou, então, que Mussolini criasse uma nova república fascista, ou teria de enfrentar também o exército alemão.

Em 23 de setembro de 1943, na cidade setentrional de Salò, às margens do lago de Garda, Mussolini se instalou, declarando aquela a nova República Social Italiana, que seria dissolvida em 29 de abril de 1945. Neste período o filme se situa, caracterizando fielmente as condições militares, como o fato de a maioria dos soldados serem adolescentes, assim como armamentos e roupas completamente fiéis à realidade.

A vila de Marzabotto, onde a orgia acontece, foi palco de um massacre de 1830 vítimas entre 29 de setembro e 5 de outubro de 1944, poucos meses antes da época em que o filme toma lugar.



Parte 5: A Vida após Salò


“Então, coma  merda!”
O Presidente

Muitos dos atores de Salò não eram profissionais, e a grande maioria não teve muita carreira depois. Conheça o aqueles que tiveram histórias mais interessantes.

Paolo Bonaccelli (O Duque): O mais bem sucedido após Salò. Este ator de voz e aparência intimidantes veio a participar de filmes como Calígula, Missão: Impossível III e o esperado O Americano. Seu outro grande destaque, entretanto, foi no papel de Rifik, em O Expresso da Meia-Noite, com destaque para a cena que tem sua língua arrancada a dentadas.

Aldo Valletti (O Presidente): O intérprete do asqueroso Presidente era, sem dúvida, o mais perturbador dos libertinos, com sua expressão bizarra e olhos vesgos. Veio a morrer em 1992. Sua outra participação memorável no cinema foi numa rápida ponta em Sallon Kitty, de Tinto Brass. Curiosamente, foi dublado por Marco Bellochio, que hoje é um cineasta respeitado.

Giorgio Cataldi (O Bispo): Depois de sua interpretação visceral do frio e impetuoso Bispo, Cataldi teve um papel na comedia Ragazza allá pari, em 1976, e desapareceu do radar. Não se sabe nem se ainda vive.

Umberto Paolo Quintavalle (O Magistrado): Apesar da entrega total a que se submeteu no filme, Quintavalle nunca havia tido treinamento como ator. Era um escritor, escolhido por Pasolini por sua aparência física, “que é a de um intelectual decadente, exatamente o que eu preciso”, segundo o diretor. Era pai do técnico de efeitos especiais Sírio Quintavalle. Morreu em 1997.

Caterina Boratto (Senhora Castelli): A narradora do Ciclo do Sangue já tinha uma carreira bem sucedida, tendo de clássicos como 8 ½ e Danger: Diabolik, antes de Salò. Ainda vive.

Elsa de Giorgi (Senhora Maggi): A narradora do Ciclo da Merda foi mais conhecida por seu affair amoroso com o famoso autor Ítalo Calvino, décadas antes de protagonizar suas cenas coprofágicas. Morreu em 1997.

Hèlene Surgère (Senhora Vaccari): A narradora do Ciclo das Manias continuou sua carreira na França, sem muito destaque. Participou da comédia romântica À Francesa. Assim como Aldo Valetti, foi dublada no filme, por Laura Betti, que trabalhou com Pasolini em Teorema. No documentário que acompanha o DVD americano, deu uma curiosa declaração de que as filmagens de Salò foram divertidas e joviais, e o filme se tornou o que é na sala de edição. Ainda vive.

Franco Merli (vítima): Como todos os atores jovens do filme, Franco Merli usou o próprio nome no personagem. Era um atendente de posto de gasolina que foi descoberto por Pasolini e convidado para participar de seu As Mil e uma Noites. Depois de Salò, teve poucos papéis e largou o cinema. É o rapaz vencedor do “concurso” no filme, e que tem a língua cortada no final. Ainda vive.

Umberto Chessari (vítima): Não atuou mais, mas se tornou operador de câmera da dupla Bruno Mattei e Cláudio Fragasso.

Renata Moar (vítima): Numa interessante ironia, Renata voltou ao cinema interpretando uma nazista, no excelente nazi-exploitation Nazi Love Camp 27. Em Salò, ela é a garota que perde a mãe e é forçada a comer o excremento do Duque.

Antiniska Nemour (vítima): Essa belíssima italiana voltou também em um nazi-exploitation, mas novamente como vítima. Em Gestapo’s Last Orgy, Antiniska é mais uma vez torturada e sacrificada pelos nazistas. Fez também o fraco giallo Sorella di Ursula, onde mais uma vez se deu mal. Não atuou mais. É uma das garotas pegas na cama pelo Bispo.

Inês Pellegrini (criada): Essa atriz negra já havia trabalhado com Pasolini em As Mil e Uma Noites. Era uma atriz muito popular na Itália nos anos 70. Vive agora em Los Angeles com o marido, trabalhando como voluntária ajudando os pobres e sem teto.

Pier Paolo Pasolini (diretor e roteirista): Nasceu em Bolonha, em 1922. Durante a Guerra, testemunhou ainda jovem os horrores do fascismo. Dirigiu clássicos como Medeia, Mamma Roma, Teorema, Édipo Rei e O Evangelho segundo São Mateus. É mais conhecido por sua Trilogia da Vida, composta por Decamerão, Os Contos de Canterbury e As Mil e Uma Noites. Era marxista, homossexual e literato. Pretendia iniciar com Salò sua chamada Trilogia da Morte, mas foi assassinado logo após o lançamento de filme, esmagado pelo próprio carro, alguns acreditam que a mando da Igreja.



“Você deve ser estúpido para pensar que a morte viria tão rapidamente. Não sabe que nossa intenção é matá-lo milhares de vezes? Até o fim da eternidade, se a eternidade tiver fim.”


O Bispo



QUINTA - 06/10 - 19 horas - Videoteca João Carriço (Av. Rio Branco, 2234 (Prédio da Funalfa) - Centro)


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Macunaíma - Joaquim Pedro de Andrade


























Luiz Joaquim da Silva Jr.*


Não há como evitar o riso logo na primeira imagem projetada por Macunaíma, a adaptação realizada por Joaquim Pedro de Andrade em 1969 para o homônimo romance Modernista escrito por Mário de Andrade em 1928. É um riso que vem pelo absurdo da situação mostrada, com Paulo José aos berros, travestido como uma velha a parir o bebê Grande Otelo; e é um riso que encontra mais fôlego no despojamento das relações entre si e com o universo que cerca os personagens brasileiros em foco no filme.

Quatro décadas separam a obra literária da cinematográfica e cada uma, a seu modo e em seu terreno de funcionamento, quebrou paradigmas narrativos e discursivos. Se no romance Mário de Andrade chamava a atenção para as raízes do Brasil e seu folclore, tentando imitar na escrita o modo de falar e os provérbios do brasileiro (?sonhei que caía meu dente, é morte de parente?) e assim desvinculando-se do Romantismo, o filme de Joaquim Pedro é reconhecido como um dos derradeiros representantes do Cinema Novo, mas utilizando-se de concepções estética rejeitadas pelo movimento e com características mais próximas da Chanchada. O humor é seu bastião maior para sugerir uma reflexão sobre a realidade brasileira.


O resultado foi espetacular. Macunaíma foi considerado por muitos (crítica e público) o melhor filme brasileiro de 1969. Além de eleito melhor filme no Festival de Mar del Plata e de Brasília (onde arrebatou também os troféus Candangos de cenografia, figurino e melhor ator para Grande Otelo e coadjuvante para Jardel Filho), a obra ficou por quase um ano em cartaz circulando pelo País, levando multidões aos cinemas.

A popularidade vinha pelas gargalhadas e as gargalhadas vinham pela identificação com o ?herói de nossa gente? e suas presepadas. É um Macunaíma negro (Grande Otelo), que pula de felicidade ao ficar branco (Paulo José) quando passa por uma fonte milagrosa, e cujo expressão preferida é ?Ai, que preguiça!?. O ?nosso herói? é um sem caráter que adora dinheiro e as sem-vergonhices do sexo, além de sua rede (não necessariamente nesta ordem).

Sob uma trilha sonora que oferece de Francisco Alves e Silvio Caldas até Roberto Carlos e Jorge Ben, e apoiado por um elenco estupendo, orientado para encontrar na extravagância da caricatura a expressão adequada a compor está fábula, Joaquim Pedro consegue criar uma atmosfera única no cinema nacional. Fala do Brasil e do brasileiro fazendo-o rir de sua moral, virtude e vício.

Seja quando Macunaíma é perseguido pelo Curupira a gritar ?carne da minha perna?; seja no discurso em praça pública num ?feriado inventado? ? quando nosso herói se rebela dizendo que o símbolo do Brasil não são as estrelas do Cruzeiro do Sul, mas sim o futebol, o maruím, a muriçoca, a frieira e a espinhela-caída ?; ou seja ainda no candomblé, através do qual se vinga do burguês antropofágico Venceslau Pietro Pietra (Jardel Filho), é o Brasil que está a desfilar na nossa frente em sua forma mais autêntica e corajosa.

*Crítico de cinema do jornal Folha de Pernambuco, curador do Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e professor da Especialização em Cinema da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).










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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Pink Flamingos


























Ultrajante, repulsivo, escatológico, asqueroso e outros predicados não mais nobres foram utilizados para descrever Pink flamingos, obra máxima de John Waters em cartaz essa semana no Cineclube Bordel sem Paredes, filme que melhor simboliza o cinema underground. Não é para qualquer um... Como o próprio diretor definiu sua obra: trata-se de um exercício de mau gosto.

Com um humor ácido, recheado de situações bizarras, o enorme travesti Divine disputa com um casal de vizinhos insanos o título de pessoa mais imunda do mundo. Não foi à toa que, nas sessões de estréia de Pink flamingos, sacos de vômito eram oferecidos aos espectadores. O filme tem cenas de incesto, zoofilia, podolatria e canibalismo. Fora um ânus cantante, que abre e fecha ao som de "Surfin' bird", e uma seqüência realmente imunda na qual Divine come fezes fresquinhas de um pequeno poodle.














O filme foi rodado com um orçamento de apenas US$ 5 mil. Como locações, uma fazenda, o apartamento de Waters e um trailer caindo aos pedaços. O resultado é quase amador, mas é justamente o empreendedorismo do diretor que rendeu não só críticas negativas, mas uma certa notiredade - ainda que fora do mainstream. Sua fama cresceu a ponto de ficar conhecido no mundo todo. Mais tarde, seria responsável por produções consideradas pela crítica como bem mais maduras, mas ainda undergrounds: Hairspray, Cry baby, Polyester e Mamãe é de morte.

Um tapa na cara com luva, de couro, nos provincianos bons costumes dos estadunidenses. Uma obra indispensável para quem tem curiosidade de experimentar uma estética cinematográfica incomum, peculiar.





QUINTA - 22/09 - 19 horas - Videoteca João Carriço (Av. Rio Branco, 2234 (Prédio da Funalfa) - Centro)