sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Pink Flamingos
Ultrajante, repulsivo, escatológico, asqueroso e outros predicados não mais nobres foram utilizados para descrever Pink flamingos, obra máxima de John Waters em cartaz essa semana no Cineclube Bordel sem Paredes, filme que melhor simboliza o cinema underground. Não é para qualquer um... Como o próprio diretor definiu sua obra: trata-se de um exercício de mau gosto.
Com um humor ácido, recheado de situações bizarras, o enorme travesti Divine disputa com um casal de vizinhos insanos o título de pessoa mais imunda do mundo. Não foi à toa que, nas sessões de estréia de Pink flamingos, sacos de vômito eram oferecidos aos espectadores. O filme tem cenas de incesto, zoofilia, podolatria e canibalismo. Fora um ânus cantante, que abre e fecha ao som de "Surfin' bird", e uma seqüência realmente imunda na qual Divine come fezes fresquinhas de um pequeno poodle.
O filme foi rodado com um orçamento de apenas US$ 5 mil. Como locações, uma fazenda, o apartamento de Waters e um trailer caindo aos pedaços. O resultado é quase amador, mas é justamente o empreendedorismo do diretor que rendeu não só críticas negativas, mas uma certa notiredade - ainda que fora do mainstream. Sua fama cresceu a ponto de ficar conhecido no mundo todo. Mais tarde, seria responsável por produções consideradas pela crítica como bem mais maduras, mas ainda undergrounds: Hairspray, Cry baby, Polyester e Mamãe é de morte.
Um tapa na cara com luva, de couro, nos provincianos bons costumes dos estadunidenses. Uma obra indispensável para quem tem curiosidade de experimentar uma estética cinematográfica incomum, peculiar.
QUINTA - 22/09 - 19 horas - Videoteca João Carriço (Av. Rio Branco, 2234 (Prédio da Funalfa) - Centro)
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