QUINTA, 29 DE MARÇO DE 2012 | 19H
ANFITEATRO JOÃO CARRIÇO (PRÉDIO DA FUNALFA)
crítica retirada do site Ípsilon
Depois da perfeição de "Parabéns", do arrojo formal de "China, China" (curta co-realizada com João Rui Guerra da Mata) e, sobretudo, depois de duas longas de grande fôlego - "O Fantasma" e "Odete" - João Pedro Rodrigues colocara a fasquia muito alta: sempre próximo das fronteiras do melodrama (cujas regras domina com rara maestria), jogava no ecrã uma violência imagética, que contava com o imaginário "gay" como pano de fundo, mas que se estendia para uma panóplia de sentimentos exacerbados, não limitados à expressão de uma sexualidade única e exclusiva.
"Morrer Como um Homem" aspira, por isso, desde os primeiros planos de um simulacro de guerra, unindo amor e morte, sexo transgressivo e violência surda, a construir um complexo "puzzle" de situações-limite: dois jovens recrutas escapam para cumprirem as leis do desejo e terminam em massacre, junto de um metafórico baloiço, e de uma casa povoada por estranhas presenças femininas, que regressarão mais tarde em onírica reminiscência.